Procuradoria da Mulher cobra resposta sobre atos violentos no plenário da Câmara
A procuradora especial da mulher na Câmara, a vereadora Rai de Almeida (PT), e a subprocuradora especial, vereadora Sílvia Morales (PV), protocolaram nessa quarta-feira (11) ofício endereçado ao presidente da Casa, vereador Wagner Alexandre de Oliveira (PDS) – o Wagnão – cobrando da Presidência posicionamento firme e cumprimento de ações legais sobre possível quebra de decoro ocorrida na sessão camarária da última segunda-feira (11), quando os vereadores Laércio Trevisan (PL) e Gustavo Pompeo (AVANTE) trocaram ofensas de baixo-calão de caráter sexista e chegaram às vias de fato durante a sessão.
De acordo com o ofício, para as procuradoras o tom das acusações trocadas entre os vereadores ultrapassou o limite do decoro ao explicitar manifestação preconceituosa inaceitável – especialmente para um ambiente que deve primar pela defesa dos cidadãos e pelo combate a discriminações. No mesmo sentido, o documento afirma também que “o que aconteceu na sessão da Câmara desse dia 11 de novembro de 2024 afeta a integridade moral das mulheres” e “as insinuações e as ofensas entre ambos afetam também a dignidade e o respeito humano, podendo ser tipificadas como de violência de gênero – que é crime de acordo com a legislação vigente”.
“Nós, mulheres, vereadoras desta Casa, procuradoras que compõem a Procuradoria Especial da Mulher desta Câmara, não podemos ficar silentes diante de mais esse fato que atenta contra com a mulheres, contra a população LGBTQIA+, contra a Instituição Legislativa e, também, contra a cidade”, afirmam as procuradoras no ofício. “Não por acaso, tal fato viralizou, tomou conta das redes sociais e imprensa, criando constrangimentos para todos e todas nós” – sinalizam. As procuradoras cobram ainda a “adoção das medidas cabíveis para o caso, sob pena de o Legislativo ser julgado pela sociedade como omisso e negligente” – finaliza o documento.
“Não é admissível que situações vexatórias como a que vimos acontecer no plenário da Câmara na última segunda-feira sigam acontecendo sem qualquer ação efetiva por parte da Presidência da Câmara no sentido de recriminá-las e, em especial, coibi-las”, afirma a vereadora Rai. “É preciso dar essa resposta à sociedade piracicabana, em respeito a ela e a esta Casa de Leis”, conclui a vereadora.
Da assessoria da vereadora Rai de Almeida.