Artistas, vereadores e representantes de entidades culturais questionam secretário de cultura sobre transferência da Pinacoteca Pública

Uma comitiva liderada pela vereadora Rai de Almeida (PT) e composta por representantes do Concult, Da Frente das Culturas de Piracicaba e da Frente Parlamentar de Cultura esteve no Engenho Central na manhã desta quinta-feira – 22/07 – em visita de inspeção a vários barracões e, em especial, ao barracão de número 14 que, ao que vem indicando a Secretaria de Cultura, pode vir a abrigar a Pinacoteca Pública caso ela seja, de fato, transferida para o Engenho. Formaram essa comitiva, além da vereadora Rai, o co-vereador João Scarpa (do mandato coletivo “A Cidade é Sua” - PV), Tereza Dip Rossi, Giulia Zen e Manuel Guglielmo (da Frente das Culturas), Anselmo Figueiredo (vice-coordenador do Concult) e Bruna Caritá (também do Concult).

Recebido por Adolfo Queiroz, secretário da cultura, o grupo pode verificar in loco as estruturas dos barracões e ouvir do secretário acerca da proposta que – ainda de maneira pouco clara e objetiva – vem sugerindo a transferência da Pinacoteca para o barracão 14 do Engenho, destinando-se assim o prédio atual da Pinacoteca para servir de sede à Polícia Federal. Como se pode verificar, qualquer que seja a proposta de utilização do barracão 14 – e, mesmo, de outros barracões – para abrigarem a Pinacoteca ou qualquer outra instituição pública, fica premente a necessidade de uma imensa reforma e adequação desses barrocões – adaptação essa que, como o grupo pode constatar – demandará recursos financeiros por demais expressivos.

Após ouvirem as considerações do secretário de cultura, o grupo pode também questioná-lo sobre a polêmica que envolve essa migração da Pinacoteca para o Engenho. Nesse sentido, a vereadora Rai de Almeida lembrou ao secretário que qualquer proposta que se faça de tal envergadura precisa ser minimamente apresentada aos cidadãos, aos vereadores, aos artistas e demais instituições ligadas à cultura da cidade. “Queremos ver esse projeto antecipadamente, precisamos conhecer esse projeto. O Concult precisa ser acionado pela Secretaria. Qualquer mudança nesse sentido precisa, sim, ser debatida com a sociedade, ” afirmou Rai ao secretário.

A vereadora também questionou ao secretário sobre o fato de a Polícia Federal vir a ocupar o prédio da Pinacoteca, uma vez que esse prédio é um patrimônio cultural de Piracicaba, sendo inclusive tombado por decreto municipal. “Não vemos problema em se pensar um projeto de ocupação artística do Engenho, a questão é abrir mão do patrimônio histórico e cultural que é o prédio da Pinacoteca. Precisamos , sim, de mais espaços para cultura – mas isso não pode, em contrapartida, promover o fechamento dos que já existem” – disse Rai. O co-vereador João Scarpa também comentou acerca da necessidade de se conhecer o projeto que a secretaria afirma ter para o Engenho. “Precisamos ver esse projeto, onde está ele? ” – questionou o co-vereador do Partido Verde.

O secretário Adolfo Queiroz afirmou ao grupo que o projeto está sendo elaborado e pediu um pouco mais de tempo para poder apresentá-lo. Diante dos questionamentos do grupo, o Adolfo prometeu que irá recebê-los novamente para outras conversas e debates. O grupo pediu ao secretário que também possibilite o encontro desse coletivo com o próprio Prefeito, a fim de que possam dialogar com ele e apresentar as considerações e ponderações de artistas e entidades sobre o que significa para a cultura de Piracicaba a existência da Pinacoteca em seu prédio original – ideando assim demover o Prefeito da ideia de fazer do prédio da Pinacoteca a sede de uma polícia.

“O tempo está passando, já estamos quase em agosto, e ainda não temos nenhuma proposta oficial ou mesmo o projeto em questão para analisarmos” – disse Rai, lembrando ao secretário que a proposta que se ouve pela cidade é de que a transferência da Pinacoteca para o Engenho se dará até o fim do ano. “Quando vamos poder debater essa questão? É preciso discutir essa proposta, ela não pode ser impositiva. A Pinacoteca não pertence à Prefeitura ou a Secretaria da Cultura, mas sim a cidade”, concluiu Rai.

Documentos abandonados

O grupo pode ainda inspecionar os demais barracões do Engenho e se deparou – em um deles – com uma imensa quantidade de documentos históricos do Bairro Monte Alegre abandonados sem qualquer tipo de acondicionamento – são caixas e caixas de arquivos, registros, mapas, álbuns e demais documentos que se avolumam de forma absolutamente descuidada e improvisada pelo chão e sobre estantes. Em outro barracão, também parte da cenografia utilizada durante a Paixão de Cristo não apresentava nenhum acondicionamento minimamente adequado – estando também amontoada e dispersa.

A luta pela manutenção da Pinacoteca

Ao final da atividade, o grupo entendeu que será necessário seguir cobrando de maneira muito incisiva e constante à Secretaria de Cultura e ao Prefeito para que o projeto que envolve a Pinacoteca seja trazido a público.

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