Jéssica Ramos Granja, presente!

Por: Editor Neticom Brasil Em: 21 de janeiro de 2021

A nossa luta, a luta das mulheres, por igualdade e equidade, por segurança, por respeito, por trabalho digno, para serem donas de seus próprios corpos e para terem seu direito à vida garantido e preservado num mundo machista e desigual – dentre tantas outras causas que se nos interpõem diariamente – é árdua, longínqua, extenuante, mas ainda fundamental e lamentavelmente necessária. Todos os dias, hora a hora, minuto a minuto, nós – mulheres – somos obrigadas a enfrentar o cotidiano de nossas existências como quem enfrenta num front uma batalha pela vida. Na verdade, e a bem dizer, para nós – mulheres – o chão da vida de nosso existir diário é, sem exageros, um campo de batalhas contra um império masculino e opressor que ainda nos quer dominar e nos ver sucumbir.

Nesse sentido, o ambiente político nacional, majoritariamente masculino – seja na esfera federal, estadual e municipal –, automaticamente inviabiliza que políticas públicas para as mulheres sejam implementadas em nosso país. Aqui, cabe a pergunta: quantas são as mulheres a compor o quadro de ministerial do atual desgoverno federal? Na mesma trilha, perguntemos também: quantas são as mulheres a compor secretariado do governo estadual de João Dória. Por fim, questionemos também: quantas são as mulheres a formar o quadro do secretariado do novo governo municipal que ora inicia seus trabalhos na cidade de Piracicaba? Há paridade? Somos cinquenta por cento?

Na Câmara de Vereadores, dentre os vinte e três eleitos, somos apenas quatro mulheres – e esse número ainda pode ser considerado um verdadeiro recorde na história da Câmara. Todavia, e se somos apenas quatro, nossa força e união fará de nós – independentemente do colorido partidário ao qual cada uma pertence – um batalhão enérgico e vigoroso, e que não se calará nem se cansará de (na linha de frente, ante a força do masculino dominador) lutar para que políticas públicas de ordem transversal e intersectorial sejam executadas em favor da defesa de todos os direitos das mulheres.

Nesta semana, quando mais uma mulher foi brutalmente assassinada dentro de casa, na cidade de Piracicaba, por aquele a quem essa mulher tinha por seu companheiro, a luta por todas as mulheres se faz ainda mais sensível, tocante, necessária e se presentifica numa concretude brutal e trágica que exige de todas nós uma reação imediata e um grito de basta! Não podemos mais permitir que casos de feminicídio continuem acontecendo sem que nada ou muito pouco seja feito na esfera política da cidade para tentar impedir que tal prática advinda da cultura machista ainda seja recorrente. Basta!

Que o assassinato covarde de Jessica Ramos Granja – uma linda moça de apenas vinte nove anos, mãe de três filho – seja para todas nós motivo perene de seguirmos sempre na luta por todas. Juntas, e somente juntas, é que conseguiremos mudar essa história.

Jessica Ramos Granja, presente!

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